Há tempos sinto a necessidade intensa de desabafar a respeito desse assunto
Tudo começou quando em um desses feriados que eu fiquei em casa, sem nada a fazer, assisti Sessão da tarde. Adivinha o que passou??
Não, não foi
A lagoa azul....rsrsrsr esse já é D+.
Foi aquele da musiquinha “My Girl!!!!!!!!”, meu 1º amor.
Foi aí que comecei a me lembrar, das tardes que chegava da escola, e sem tirar o uniforme, assistia Sessão da tarde, depois ia brincar na rua, até a hora que minha mãe me gritasse.
Tentei decifrar, mais nada mais próximo encontrei do que o sentimento que chamamos de Nostalgia.
Só para clarear as cacholas...
Nostalgia : Descreve uma sensação de saudades de um tempo vivido, frequentemente idealizado e irreal.
Nostalgia é um sentimento que surge apartir da sensação de não poder mais reviver certos momentos da vida.
O interessante sobre a nostalgia é que ela aumenta ao entrar em contato com sua causa e nao diminui como o sentimento da saudade. Exemplo: se alguém sente saudades ou falta de um conhecido, este sentimento cessa ao se reencontrar a pessoa, com a nostalgia é exatamente o oposto, ao reencontrar um amigo que gostava de brincar, este sentimento nostálgico irá se alimentar e não diminuir como a saudade.
Mas... por que eu sentiria tanta saudade desse tempo? Não sei vocês, mas minha infância foi recheada de momentos felizes. Fui criança, criança de verdade, era inocente e tinha uma imaginação gigantesca, criava e mirabolava mil mundos dentro da minha cabeça.
Gostava de brincar, gostava de fazer bagunça e muito bagunça, falando nisso, um dia desses, meu priminho disse: “Mãe posso riscar a parede?”. Me veio a ligeira impressão de que as crianças de hoje em dia estão se tornando chatas, e cada dia mais adultas, que criança que pede pra fazer bagunça?
Meus amigos, quem é que nunca se deparou com aquelas meninas de 10 ou 11 anos no shoping, de salto alto, micro saias e com o rosto rebocado de maquiagem?
Onde estão as nossas crianças?
Hoje sei como minha infância foi maravilhosa, e sei como era bom assistir
Castelo Ra tim bum,
Caverna do Dragão, Doug, TV Cruj, Ursinhos Carinhosos e etc; Brincar de queimada com a galera da rua, dançar as coreografias do É o Tchan nas festas da escola, cantar
Mamonas Assassinas (mesmo sem saber o significado de
sabão cra cra).
É claro que não vivemos uma época tão arcaica, tínhamos o
Super Nintendo, Mega Drive, mas com certeza não diremos a nossos filhos que aos 9 anos minha melhor amiga era virtual, que minha galera era da comunidade do
Orkut, ou que todos os dias brincava online com meus amiguinhos.
Agora concretizei dentro de mim a palavra Nostalgia, sentimento que faz Wesley sentir saudades de dançar “chorando sim foi, que um dia só me fez chorar...” com sua priminha; sentimento que reporta Adriano aos tempos das partidas de futebol com a travinha que seu avô construiu lá em Camanducaia; Que faz Larissa viver de novo aqueles concursos de dança da escola (já podemos até imagina-la estrelando). E que faz Jonatan recordar os gritos da sua mãe desesperada por ele ficar mais tempo brincando na rua do que em casa.
Pois bem meus caros, como diz Oscar Wilde:
“Não quero adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto;
e velhos, para que nunca tenham pressa.”
Será que sentiremos nostalgia dos tempos de hoje? Será que o presente está sendo tão intenso quanto nossas infâncias?
Um beijo a todos,
Mayara Peclat, uma eterna criança!