quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Pequena Crônica Sobre Amor e Portas (Texto 1)



Por Klaus Klein

Quando se ama, faz-se o impossível. Eu sei. Inclui-se, então, o atendimento de pedidos dos quais, quase sempre, você não está preparado. Mas, porque se ama, você luta consigo mesmo e derruba seus medos, angustias e o que mais teme, para que o pedido do próximo seja atendido. Você tira a coragem da onde ela estava guardada -escondida- e reabre portas que estavam fechadas, mas não trancadas, por motivos que nem se lembra, mas que estavam lá, vivos, como semoventes raivosos postados, vigilantes, impedindo.
Ela me pediu e eu disse que sim, pois não gosto do “não” - a vida seria mais fácil sem “nãos” pelas traquéias alheias - e porque a amo... e pus me a escrever. O coração disparou e estremeci com o pedido “escreva”, mas aqui estou a fazê-lo.

A principio, perguntei-me o motivo de há tempos não escrever nada, e fui buscar, abrindo algumas portas, algumas respostas. Talvez fosse falta de tempo, mas tempo para se fazer o que gosta sempre se acha, então estava descartado. Falta de inspiração, só para escritores profissionais, o que não é o caso. Busquei então a opinião de famosos autores, que em frases diferentes diziam que a arte da escrita provinha de um lado que estava triste, nas sombras, que sofria dentro de nós. Realmente é mais fácil escrever sobre um dia cinzento, sobre nossos complexos, sobre como tudo anda ruim do que qualquer outra coisa.
Na verdade estamos sempre dispostos a falar sobre os nossos problemas e angustias, na tentativa de resolvê-los, de jogá-los pra fora de dentro de nós. Quando tais temores são segredos, escrevemo-los em um diário - quando podem ser contados, compartilhamos em conversas, escrevemos uma música, uma poesia. Buscamos ajuda em opiniões, e quando se esta convicto que não existe cura para tal dor, redigimos ela no papel. Transformamos em arte o que vivemos no dia-a-dia. La ficará guardado todo nosso sentimento.
Se então estou certo, não escrevo há tempos porque ando muito feliz. Às vezes não sabe-se que esta feliz até que haja uma prova concreta de tal bem estar. Mas se ando a “pampa”, sobre o que escreverei?
Digo para os que lêem que todos os problemas só existem porque há solução, e tudo, por incrível que pareça, vai passar. Que o dia que se acorda com o pé esquerdo trará na noite uma chance de se começar com o pé direito, e que amanhã o sol se erguerá trazendo novas possibilidades. Que a mentira, o ódio e a inveja, não devem ser usados como base para construção do seu caminho - se agarre nos bons sentimentos, na coragem, na sabedoria e em virtudes, pois as recompensas não virão nem hoje, nem amanhã, mas quando se precisar delas. Que o medo só deve existir até onde possamos derrotá-lo e que não deve ser maior que a coragem do nosso espírito. Não seja o que você não é e não minta pra si mesmo - encarar a realidade é enxergar a sua verdade. Se for para o lado da cobiça e da ganância, lembre-se que o dinheiro não compra a paz da alma. Siga seu coração, mas não deixe de ouvir sua cabeça... e viva intensamente, na certeza que nada é impossível pra você.
Por fim, tenha fé que tudo vai dar certo, porque um dia o amor aparece na sua frente e você o agarra, e ele abre portas, e você volta a escrever de madrugada, agora não sobre coisas tristes, mas sobre como está feliz e se sente vivo de novo.


Klaus Klein acredita que felicidade não se compra.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Desabafo



                                                                                                                          

Por Larissa Peres Jabôr

Cada dia que abro meus olhos espero que o dia seja melhor, o melhor, porém não é o que geralmente acontece, o que ocorre é a repetição desgastada dos dias e da desesperança, não digo isso especificamente de mim, mas de inúmeras pessoas que vivenciam o mesmo sentimento.

Sofro calada e demonstrando a todos ao redor minha “alegria”, digo sempre: nada vai me deixar mal. Só eu sei o que realmente sinto.

Rezo, peço a Deus para que as coisas melhorem na manhã seguinte, mas até hoje não fui atendida, será que sou uma garota má? Ou talvez eu devesse pedir mais?

Estou totalmente perdida como nunca tive, a vida me empurra para caminhos os quais não quero seguir, todos os meus sonhos vão se desmoronando, um por um. Por que é tão difícil viver? Por que é tão difícil seguirmos os nossos propósitos? Simplesmente uma pergunta sem resposta.

A vida é irônica, ri das pessoas com as peças que nos pregam no momento mais inoportuno, os problemas se acumulam e sempre tem um “sábio” com uma solução para dar, como se tudo fosse fácil, porém sei que não é impossível e por essa brecha deixada na distração da vida que continuo tentando encontrar o meu espaço, o meu momento, a minha paz.

Não digo em hipóteses alguma que não sou feliz, sou feliz sim, tem várias coisas boas em minha vida, mas os problemas estão me sufocando, me desgastando, me cansando...

Amanhã vou abrir os olhos novamente, vou mais uma vez ter esperança e vou continuar a pedir a Deus até que seus ouvidos se cansem ou minha boa emudeça...e assim vou levando a vida do jeito que ela me leva.


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O primeiro mês do ano



 

 

O

 primeiro mês do ano.

 

Mês de quase férias no trabalho. Mês de férias na faculdade. As desejadas férias, ah como as desejei ardentemente, e como me arrependo amargamente.

 

Nestas tardes incertas deste recém-janeiro, o marasmo se espalha languidamente pelos ossos de um corpo cansado de nada fazer, que descansa em frente a televisão.

 

Ah, a televisão! Que eletrodoméstico maligno este, não? Sim, porque tal como a preguiça me corrói o ânimo, espalhando-se baianamente, os programas religiosos infestam a programação com dicas de como ganhar dinheiro, como ser feliz e, por fim, como ser feliz e ganhar dinheiro ao mesmo tempo, aleluia!

 

Além disso, assistir filmes que todos já viram um bilião de vezes. Não, não é erro de ortografia. Bilião tem esta grafia e tenho certeza que, na menor oportunidade, você irá verificar se estou correto e, tal como eu, também mostrará esta aberração da língua portuguesa.

 

A vida e suas novidades. Novidades que somente as são pelo simples fato de que nós- eu e você- nunca nos demos o trabalho de verificar, afinal, "vê se eu tenho tempo para ficar procurando estas coisas".

 

Este é o primeiro mês do ano, cheio de aventuras e novos conhecimentos.

 

E assim caminha a humanidade...sem nada a fazer e procurando algo para se ocupar.

 

 

 

  

 

Jonatan Rocha do Nascimento

 "Ubi odium, ibi caritatem seramus..."