Por Larissa Peres Jabôr
O filme “Salve Geral” retratou a realidade do comando dos criminosos em nosso país, como também, a linha tênue na questão de ser ou ter honestidade em uma situação crítica da vida.
O primeiro momento fica explícito quando vários presídios do país entram em rebelião quase ao mesmo tempo, por ordem do Primeiro Comando da Capital, o que mostra a força e o poder do crime atualmente. Com simples ligações realizadas de dentro do presídio o Comando liderava toda uma estrutura criminosa nas ruas de todo Brasil, atuando de força agressiva e impiedosa contra pessoas, até então honestas, que tinham família e que nem imaginavam a proporção do que vinha ocorrendo.
Policiais, tendo suas vidas ceifadas em virtude do cumprimento de seu dever, é justo?Mas o que seria justiça? Porque os presidiários estão tão revoltados? Havia necessidade de tanta agressividade? O que deve ser feito para melhorar a nova geração, para que não cometam os mesmos erros? São questionamentos que todos se fazem constantemente em busca de uma resposta para o momento de desequilíbrio que a sociedade está passando.
Não se sabe ao certo a fórmula mágica, mas pequenas doses de solução dentro do seio familiar, nas escolas, obedecendo às regras de dignidade da pessoa humana, com uma gota de rigidez e cumprimento fiel da lei, seriam o início da mudança e do progresso social, a busca da melhor convivência e da libertação do medo que é enfrentado por todos diariamente.
Culpa, alguém tem culpa? Todos são culpados, partindo do princípio da política, que se utiliza todos os dias do chamado “jeitinho brasileiro”, este é o início da culpa, culpa por uma consequência de situações que traz a violência, em um raciocínio rápido consegue-se visualizar uma das hipóteses: cria-se os filhos sem o devido zelo, amor e respeito, este se torna na fase adulta político que sem remorso desvia verbas da educação, saúde, cultura, que por consequência faltará para a população, e uma parte desta, cresce revoltado e desesperançado por não ter o básico para sua subsistência, em contra partida, aparece a “figura ilustre” do traficante que lhe apresenta um leque de vantagens e oportunidades na vida.
Como exemplo citado acima, várias outras situações acontecem todos os dias e simplesmente a sociedade finge que não vê, que não percebe, fantasiando um mundo de faz conta todos vivem felizes e se preocupam somente consigo, não percebem o quanto seus atos são importantes para que ocorram mudanças no moinho que gera o país.
Em segundo momento, diante de tanta desilusão, que já está fixada na cabeça de cada cidadão, numa situação trágica vivenciada pela personagem Lúcia, professora, viúva, com filho sendo preso por matar uma jovem, num momento de descuido, é entendível o desespero e a “entrega” da mesma, no instante que passa a trabalhar para o crime organizado numa busca desenfreada de livrar o filho da “selva” penitenciária.
Neste passo fica claramente demonstrado toda aflição vivenciada por uma mãe que é engolida pelo sistema cruel do crime, mas que de certa forma é uma solução rápida para os problemas que vem apresentando sem sua vida.
Outro ponto a ser mencionado, é atuação do crime organizado na vida da família dos presos, nesta aresta, o PCC desempenha a função que o Estado deveria desempenhar, fornecendo alimentação e como já é conhecido, outros auxílios, como ajuda médica e escolar.
O que se apresenta é uma questão de difícil solução, o bandido fazendo papel de mocinho, em certas circunstâncias, e o mocinho se apresentado como bandido tirando da população o pouco que lhes resta.
Assim, todos vão vivendo com a esperança, única dos brasileiros, que as coisas um dia mudarão, mas é sempre importante lembrar que a reforma começa de dentro para fora.
Assitam o filme, vale a pena!
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